Na parte ocidental da Ásia, há uma região rica e bela que antigamente se chamava Frígia. O povo de lá teve um monarca chamado Górdio, homem que trouxe paz àquela terra reinando com sabedoria, corrigindo antigos erros e fazenso leis para o bem de todos.
E quando tornou-se rei, Górdio fea algo muito estranho e maravilhoso. No templo de Júpter, acima da cidade, ele amarrou uma corda com um grande nó. De tão entrelaçados os volteios e de tão habilmente escondidas as pontas da corda, nninguém conseguia defazê-lo.
Depois de alguns anos de reinado com sabedoria, Górdio morreu. Mas o nó permaneceu, e todos os forasteiros que chegavam ao templo de Júpter admiravam o seu contorno e robustez.
- Somente um grande homem podia ter tramado um nó assim - disseram.
- Falis a verdade - disse o oráculo do templo. - Mas aquele que o desmanchar será ainda maior.
- O que significa isso? perguntaram os visitantes.
- O homen que desmanchar esse maravilhos nó terá o mundo por reino - foi a resposta.
Depois disso, inúmeraspessoas vinham todos os anos pra ver o nó Górdio. Príncipes e guerreiros de todas as terras tentaram desmanchá-lo.
Mas as pontas da corda continuavam escondidas, e eles sequer conseguiam dar início à tarefa.
Centenas de anos se passaram, o rei Górdio já morrera havia tanto tempo que as pessoas o conheciam apenas como o homem que tramara o maravilhoso nó que jamais era desfeito.
Então chegou a Frígia um jovem rei da Macedônia, de além-mar. O nome desse jovem rei era Alexandre. Ele tinha conquistado toda a Grécia e agora deitava olhos sobre a Ásia.
- Onde fica o afamado nó de Górdio? - perguntou.
O povo o levou ao templo de Júpter e mostrou o nó bem onde Górdio o havia deixado.
- O que o oráculo disse sobre esse nó? - perguntou Alexandre.
- Disse que o homem capaz de desmanchá-lo terá o mundo por reino. Porém, muitos tentaram, e todos fracassaram.
Alexandre olhou cuidadosamente para o nó. Não conseguiu encontrar ponta, mas que importava? Levantoua espada e, de um golpe, cortou-o em tantos pedaços que a corda se esparramou pelo chão.
- É assim - disse o jovem rei - que corto todos os nós de Górdio.
E então proseguiu com o seu pequeno exército para conquistar a Ásia.
- O mundo é meu reino -disse ele.
(BENNETT, William J. O Livro das Virtude II p 527)
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